Alemanha, navegação pelo rio Neckar
- Guiga Soares
- há 7 dias
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As grandes barcaças carregam vários tipos de mercadorias, tais como, cereais, carvão, produtos químicos, petróleo, areia, cimento, sucata de metal. Boa parte desses produtos se destinam às muitas indústrias da área. Algumas barcaças têm bandeira alemã. No entanto, existem outras com bandeiras francesa, suíça ou belga.
A região tem tradição industrial e se desenvolveu a partir de várias unidades fabris. Mannheim é a terra de Karl-Benz, por exemplo. Sua empresa Benz & Cia. foi a primeira fábrica de automóveis do mundo. Em 1926, ela se uniu à Daimler Motoren Gesellschaft formando a empresa Daimler-Benz, que fabrica, entre outras marcas, a Mercedes-Benz.
A cidade é sede também da suíça farmacêutica Roche em território alemão, da Essity e vizinha do quartel-general da BASF, gigante química alemã, que fica no município vizinho e do outro lado do rio Reno, Ludwigshafen. Dessa mesma janela, consigo enxergar as altas chaminés do seu parque industrial.
O rio Neckar é o principal afluente do rio Reno e é fundamental para o desenvolvimento econômico do sudoeste da Alemanha. Está integrado ao sistema logístico do Reno que atravessa a Europa do sul ao norte e desagua no Mar do Norte. Os dois se encontram exatamente aqui em Mannheim bem pertinho de onde estou. Da minha janela, posso ver o porto, os armazéns e os guindastes.
O transporte fluvial é essencial à economia europeia e interligam importantes centros industriais e comerciais o que facilita o comércio internacional. O sistema de hidrovias é de aproximadamente 10 mil km na Europa Central.

Essas barcaças, às vezes, levam famílias que fazem delas suas casas e ficam nesse vai-e-vem pelas águas dos rios atravessando vários países europeus. Nas imagens, é possível observar que na sua maioria, há carros estacionados no alto das barcaças que são usados quando o comandante chega a algum porto e por lá deve ficar até o completo carregamento ou descarregamento da mercadoria.
Claro que esse rio também são importante para o turismo fluvial. Da janela, também aprecio os barcos com turistas que, por exemplo, de Heiderbeger a Mannheim e voltam com direito a pernoite e café da manhã à bordo.
O avó do meu marido, natural de Bremen no noroeste alemão, quando chegou ao Brasil no início dos anos 1920 se espantou. Não conseguia entender como o país com tantos rios não tinha o transporte fluvial valorizado como na Alemanha. Contava que as barcaças passavam bem perto da porta da sua casa navegando pelo rio Wesser. Bem, da minha janela venho atestando essa realidade alemã e europeia.
Fotos. Arquivo Pessoal
Guiga Soares é brasileira e vive entre o Rio, Mannheim (Alemanha) e Lisboa (Portugal). É jornalista - formada pela PUC-RIO - com pós-graduação em Marketing e Sociologia Política, escritora, relações públicas e produtora de eventos- atuou na Copa do Mundo de Futebol de 2014 e nos Jogos Olímícos Rio 2016. Atualmente, se dedica ao mundo dos contos e das crônicas. Em 2023, lançou seu primeiro livro "Um Golpe na Sorte" pela editora Bandeirola de São Paulo.
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