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  • Foto do escritorDo Rio pra cá

A finitude se sente na pele


Eu sempre fui muito afetuosa nas minhas relações, e com minha avó não podia ser diferente. A gente convivia bastante e tanto ela como eu, tínhamos o prazer de nos presentearmos mutuamente, fora de datas comemorativas, independente do valor da coisa em si.

Quando ela faleceu, em 2013, eu estava morando aqui no México. Não tive a chance de vê-la em seus últimos dias no hospital, não tivemos a oportunidade de nos despedir pessoalmente. Levei muito tempo para me perdoar. Essa semana, passeando por entre roupas de uma loja de departamento, me deparei com uma blusa que era a cara dela!

E numa fração de segundos cheguei a tocar na blusa como quem averigua a qualidade do tecido para compra-la. Até que a bigorna da realidade me nocauteou e finalmente a ficha caiu em sua inteireza: (independente de religião, credo) NESSA VIDA eu não vejo mais a minha avó.

E num misto de desespero, tristeza e saudade, muita saudade, sozinha ali naquela sessão de roupas para senhoras, numa loja de departamentos, no México, chorei um choro de quem pela primeira vez SENTE a FINITUDE na pele.

Não, eu não sei lidar muito bem com o fim, seja do que for. Mas pensar sobre ele, me faz questionar de que maneira ando investindo o meu tempo. De VIDA. Esse textão é so um desabafo numa madrugada qualquer de uma semana qualquer. Mas você que ta lendo, já parou pra pensar com quem e como você anda compartilhando desse seu tempo AQUI, NESSA VIDA?

As coisas acabam. As pessoas morrem. Você está em dia com seus amores, assim como esta em dia com seu facebook, instagram, stalk do crush ou com os gominhos do seu abdomen?

Longe de mim cagar regra. Escrevo pra você e pra mim do meu mais humilde senso de humanidade errante.

(Vai que esse post faz alguma diferença positiva no dia de alguem que o leia hoje?)

Pensemos. Despertemos. A vida tá aí. Agora.

Ps. Vó, to com muita saudade. Te amo.

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