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Carnaval é para todos. Mas, carnaval NO RIO é quase uma imposição. Eu, odeio. Desde criança, eu odeio. Trabalhei por oito anos fazendo produção de carnaval exatamente pra fugir dele. Sim, trabalho é trabalho, sério, mesmo no meio da folia. Mas, meu ódio é respeitoso. Gosto de ver as pessoas fantasiadas, os homens usando sainhas de bailarinas, as fantasias criativas de grupos de amigos. “Ué, Vanessa, como assim?? Você não disse que ODEIA?” - então... eu descobri que não é exatamente o carnaval que eu odeio. O que me irrita, de fato, é a falta de educação que algumas pessoas insistem em exacerbar nesta época. Usar o metrô pra fazer qualquer outro programa que não seja locomoção para blocos, é quase impossível. As pessoas berram. BERRAM. Empurram, se encostam suados (e purpurinados) em você e sequer pedem desculpas... Semana passada, um cara carregava um balde (sim, um balde) cheio de gelo - derretendo, lógico - com latinhas de cerveja. Caiu água no piso do vagão? Lógico, muita. É falta de educação? De noção? Poxa... sinceramente?!
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Um amigo de outro Estado diz que não consegue entender como o carioca se descontrola tanto no carnaval. “Caramba! O Rio já é uma festa, é uma cidade onde as pessoas já são livres, usam biquíni no metrô, usam chinelo à vontade... precisam exagerar mais ainda no carnaval? Só porque é carnaval?” - concordo com ele. Carnaval pra mim é sempre “fuga”. Gosto de ir pra Serra, ficar recolhida, ou, com livros. Aos que sabem curtir o carnaval com alegria, sem invadir o espaço alheio, meus parabéns. Aos que berram no metrô, fazem xixi nos canteiros, deixam seu lixo no chão ou se aproveitam da festa pra levar vantagem sobre os distraídos, vuvuzela no ouvido!
Adoraria que o carnaval servisse pra ensinar. Poderia servir também pra que reivindicássemos nossos direitos de cidadãos... “o bloco dos sacaneados” estaria lotado... bem, que venha 2018. Sim, todos sabemos que o ano só começará depois do carnaval...