A casa de Oscar Wilde, em Chelsea, Reino Unido, esteve à venda há poucos anos. Quando ando por Primrose Hill, onde moraram Hughes e Plath (escritores), vejo as casas caras, endereços de celebridades.
A mesma coisa acontece em Chelsea. A casa de Wilde foi transformada em apartamentos e o local onde ele escreveu obras de arte, tais como "O retrato de Dorian Grey", "The importance of being Earnest", "The ideal husband", é uma bela sala no primeiro andar que faz conjunto com 1 quarto e um banheiro. O apartamento estava à venda por mais de 1 milhão de libras, é o que dizem. Não é lá esse escândalo todo considerando o artista, a rua, o endereço de prestígio.
Virginia Woolf quando teve que sair da área do Mayfair, bairro londrino, hoje dominada por bilionários russos e árabes, para morar em Bloomsbury, escreveu sobre seu espanto e motivação ao caminhar pela primeira vez em ruas onde dormiam pessoas sem teto, uma área boêmia, decadente.
Mesma história com Hemingway e James Joyce no Latin Quartier, bairro pobre, sujo. Lá, estão os resquícios de suas vidas, agora, passadas.
Que giro impressionante dá este mundo! Quando minha sogra diz ter saudades dos tempos que comprava leite com shillings, faz sentido!
Quem será o vizinho que escreve madrugada afora e vai fazer da nossa rua um roteiro obrigatório? "Aqui, moraram a escritora Nara Vidal e seu vizinho ainda desconhecidos, os dois.”
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