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Quando fui rainha em Portugal


O título não é exatamente um recurso metafórico.


Quando eu me informei sobre o que esperar sobre o hotel que eu visitaria, em Portugal, nos arredores de Coimbra, minhas expectativas eram como a de uma criança em véspera de Natal.


Afinal, um hotel cinco estrelas que se descreve como um castelo de contos de fadas e situado numa floresta encantada não é pouco. Além disso, uma vida de contos de fadas é, talvez, o conceito mais distante da minha rotina. Portanto, o entusiasmo e a curiosidade eram grandes.


Localizado na proximidade de Luso, região conhecida pelas suas termas de águas da chuva filtradas por rochas de quartzo, o Palace Hotel Bussaco, construído no século 19, foi, durante um período, a residência de caça de aristocratas e reis de Portugal.


A arquitetura é mesmo imponente. Daqueles lugares que, ao chegar, já nos sentimos especiais, inseridos num mundo que não nos pertence no dia-dia, mas que é nosso por algumas noites.

Há muitos bons predicados para falar sobre esse lugar. A mata que circunda o hotel é densa, misteriosa, combina bem com o céu cinzento que me acompanhou no dia da minha visita. Há uma atmosfera mesmo mística e misteriosa no caminho que nos convida a aproveitar o ar fresco e o cheiro das árvores, através de construções abandonadas, uma capela e o som quase calmoso da vegetação.


Não é de se surpreender que o Hotel Palace Bussaco seja uma procura tão popular para festas de casamento. Os jardins meticulosamente cuidados vão, certamente, promover um álbum de fotografias excepcional para os que sonham com um cenário mágico para perpetuar o chamado grande dia.

Mas talvez ainda mais interessante seja a ideia de passar, no Bussaco, a lua de mel. Como eu mencionei no início do texto, o título dessa matéria não é gratuito. A mim foi reservado o quarto da rainha.


O primeiro quarto ao subir a magnífica escadaria com vitrais belíssimos, cujos degraus de tapete vermelho esparramam por balaústres e pedras majestosos. Imagino o quarto da rainha como a suíte mais procurada para os dias, noites e madrugadas de lua de mel.

A mobília, uma mistura de art decô, art nouveau, em guarda-roupas, espelhos, cômodas, e peças em estilo D. Maria, é um lugar luxuoso, de teto altíssimo, janelas grandes e muito elegantes e, na minha opinião, muito mais interessante que a suíte real, ou a suíte do rei. Com muita gentileza e atenção, fui levada a conhecer todo o prédio, os quartos, os terraços, pelas mãos de funcionários que estão a serviço do hotel há bastante tempo. Conhecem cada canto, cada história e curiosidade sobre esse lugar tão especial.


Não deixe de conhecer o restaurante, sobre o qual eu já escrevi e traz, além de um menu absurdamente delicioso, uma seleção de vinhos especialíssimos e exclusivos, produzidos pelo hotel.


Depois de passar por todos os tipos de acomodação, acabei me sentindo, de fato, a rainha dos dias que passei por lá. Não teria trocado a imponência do meu quarto pela suíte real, e seria interessante que o site do hotel trouxesse imagens desses outros quartos que são mesmo especialíssimos.

Há algo muito elegante e charmoso, um luxo decadente, algo que não se pode tocar dentro daquelas paredes do quarto da rainha. O banheiro segue o estilo do início do século 20 e permanece com itens e design daquele período. Peça um secador de cabelos na recepção. O do banheiro é tão antigo quanto o luxo da arquitetura.


Na descrição do hotel, atores, autores, chefes de Estado, monarcas, todos já passaram pelo Bussaco. A monarca da Inglaterra, Elizabeth II, inclusive. E eu, autora e, agora, uma rainha.


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