Se a gente pode dizer que existe um lugar feliz, esse lugar é o Butão, o país da felicidade. É um dos países mais mágicos e curiosos do mundo. Mas, antes de falar mais a nossa viagem propriamente dita, preciso contar um pouquinho sobre o país e sobre algumas dicas essenciais para esta viagem.
Tenho pensado ultimamente muito nessa viagem por conta desse “estranho” ano de 2020, como costuma dizer nossa amiga Guiga Soares. O que muita gente ao redor do mundo vem procurando são razões e meios de encontrar a felicidade, não é?
O PAÍS DA FELICIDADE NO ALTO DO HIMALAIA
O pequeno reino isolado, conhecido como Druk Yul (Terra do dragão do trovão na língua local dzonga) é, talvez, o último refúgio do mundo. Está incrustado nas dobras do Himalaia na fronteira com a Índia e com a China. São cerca de 840 mil habitantes que vivem sob uma monarquia constitucional num país de vida simples.
O Butão saiu de uma monarquia budista absoluta para uma monarquia constitucional. A sua língua oficial é o dzongka e a sua segunda língua é o inglês . Os cidadãos butaneses são obrigados a seguir e respeitar durante o horário comercial o "Driglam Namzha", o código oficial de conduta do reino do Butão.
Com o objetivo de preservar o seu patrimônio cultural e independência, o Butão manteve por muito tempo uma política de isolacionismo cultural e econômico rigorosos. Essa distância foi facilitada em grande parte em função do difícil acesso.
Somente nas últimas décadas do século 20, em 1974, os turistas foram autorizados de forma limitada a visitar o país. Um paraíso isolado com 70% do seu território totalmente preservado é uma sociedade centrada na prática do Budismo Vajravana, que quer dizer, em sânscrito, "veículo de diamante". Esse tipo de budismo é seguido pela maior parte da população, mas há também os que seguem o hinduísmo. O país é famoso por sua felicidade interna bruta onde a busca pela harmonia é lei. Um símbolo da confluência do passado e do presente.
A FELICIDADE É CONSTITUCIONAL
A recente constituição do país de julho de 2008 é baseada em princípios budistas da felicidade geral da nação. O 4º rei do Butão, que é idolatrado pelo povo, desenvolveu um conceito único no planeta colocado na constituição: a Felicidade Interna Bruta (NGH).
O conceito abrange nove diferentes domínios e são medidos por 33 indicadores, entre eles: bem-estar psicológico, saúde, uso do tempo, educação, diversidade cultural, boa governança, vitalidade da comunidade, diversidade ecológica, resiliência, padrões de vida. A palavra stress não deve existir no idioma local.
NOSSA VIAGEM AO BUTÃO
A melhor época para visitar o país é no começo do outono ou da primavera, de setembro a dezembro e de março a maio. Dizem que os festivais de máscaras e de dança e das comemorações pelo dia nacional do país, 17 de dezembro, são imperdíveis. Fomos em meados de outubro e já amei o país. Fico imaginando como devem ser esses festivais.
Para chegar a Paro, ao sudoeste, cidade com o único aeroporto internacional do país existem algumas opções. Vindo de qualquer parte do mundo é preciso fazer conexão em Bancoc (Tailândia), Dhaka (Bangladesh), Katmandu (Nepal), Nova Déli, Calcutá ou Gaya (Índia). Viemos por Katmandu. A chegada é simplesmente o máximo. Um céu azul de tirar o fôlego.
É importante dizer que só é possível visitar o país através de um roteiro montado por agência de viagem autorizada e com um guia certificado que está presente durante todo o período da estadia.
O QUE NÃO PODE DEIXAR DE SER VISITADO
A estátua gigante do Buda dordenma é uma das maiores estátuas de Buda do mundo. Tem 51,5 metros de altura, é de bronze e dourada com ouro. Está localizada no topo de uma colina no Kuenselphodrang Nature Park e sobre uma enorme sala de meditação com paredes repletas de estátuas menores: são mais de 125 mil.
O palácio da grande felicidade, o Punakha Dzong Punakha, foi construído entre 1637 e 1638. Foi uma antiga fortaleza monástica e o centro administrativo do distrito de Punakha. Impossível não se encantar com essa construção. Vá com tempo e coração aberto. Essa viagem pode mudar a sua vida, com certeza. A riqueza da cultura e da arquitetura são de uma magia deslumbrante. Para todos os sentidos.
Monastério Taktsang Palphug em Thimphu é uma mistura de prazer e desafio. Para chegar até lá é preciso enfrentar uma subida íngreme a pé de aproximadamente 3 horas. A descida leva, mais ou menos, 2 horas e meia. O mosteiro abraça um penhasco rochoso a mais de 3 mil metros acima do vale de Paro. No meio do caminho, tem um café que serve almoço na volta do passeio. Para aqueles, como nós que vivem ao nível do mar, pode ser difícil respirar confortavelmente durante a subida. Por isso se recomenda fazer esta peregrinação no final da viajem ao Butão quando estamos mais aclimatados à altitude.
A VIBRAÇÃO DO MANTRA DA COMPAIXÃO POR TODO LUGAR
Caminhando pelo país, foi possível sentir a vibração que emana do cheiro dos incensos que a gente vê por toda parte e também da sua cor sagrada, o vermelho. Além disso, as bandeiras de oração, que vibram nas encostas, emitem uma mensagem sutil quando o vento sopra espalhando saúde, paz, equilíbrio e vitalidade para todo o planeta.
Outro detalhe que muito me tocou foram as rodas de oração que estão por todo caminho. São cilindros com o mantra da compaixão - OM MANI PADME HUM - escrito diversas vezes em papel e colocado no interior. Esse mantra também está esculpido no exterior dos cilindros com a finalidade de propagar essa vibração em bilhões de preces por minuto. Todos somos estimulados a girá-las quando as encontramos para que nossas preces se multipliquem e se elevem.
Deus é assim. Ele se mostra quando você menos espera.
E, com essa frase espero que você possa um dia fazer essa viagem. Imperdível. E, sempre siga a gente também no Instagram e no Facebook.
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