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  • Foto do escritorDo Rio pra cá

Holidays in LA


Eu costumava amar o final de ano. Apesar dos protestos melancólicos do meu pai que sempre detestou, eu esperava ansiosa pelo Natal, quando a familia toda se juntava. Não eram os presentes, nem o peru, mas sim aquela energia incrível de gerações reunidas, de abraços e beijos trocados que faziam a distância e o tempo desaparecerem.

Ainda amo o Natal. Mas agora, morando em outro país, eu começo a compartilhar um pouco da melancolia de meu pai. O fim do ano se aproxima e a saudade só aumenta. Meu pai no Rio e minha mãe em Paris. Ela também, outra sonhadora que largou tudo em busca de um amor, encontrado em um maravilhoso francês, que agora é seu marido. Aos 60 anos, ela está recomeçando a vida em outra língua, com outros sonhos. Acho que virou uma tradição na nossa família.

Mas voltando ao Natal. Como comemorar em uma família de três? Bom, tive que começar pela cozinha. Sou uma negação. Pelo menos era. Mas desde que me mudei - obrigada Trader’s Joe (mais sobre esse mercado em outro post), tive que aprender a me virar. Mas peru… Não vai rolar. Então nada como seguir a tradição. Aprendi a fazer a famosa lasanha da minha mãe, e agora meu marido e filha aguardam ansiosos pela “minha” famosa lasanha. Com filhos a gente não pode se dar ao luxo de não ter Natal. Me recuso. E nada que um Skype não aplaque a saudades. Ano passado fizemos uma conferência - Rio, Paris e Passo Fundo (cidade da familia do meu marido) - e apesar das diferenças no fuso horário, conseguimos ceiar “juntos”.

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Aqui nos EUA, é uma mistura de religiões e cidadanias, onde você nunca deseja “Feliz Natal”, mas sim Happy Holidays. Afinal, a pessoa pode ser judia. O que na maioria das vezes aqui em Los Angeles, acontece. O que sinto é que o holiday mais importante por aqui, é o Thanksgiving. Esse sim independe de crenças e país de origem. Basta ser grato. E acima de tudo, basta ter amigos. É quando todos os "expatriados" se reúnem em uma grande família e celebram a vida, as saudades e os sonhos. Americanos ou não, a maioria por aqui veio de fora. Difícil conhecer um autêntico Angelino (nascido e criado em Los Angeles).

Passou a ser meu feriado predileto. É sempre o mesmo grupo: um Português, alguns Brasileiros e muitos Americanos de todas as partes dos EUA. Virou nossa segunda família. É o que acontece quando se mora fora. Viramos uma grande comunidade de amigos que se juntam para matar as saudades do Churrasco Brasileiro, da música e da risada alta e dos dois beijinhos na bochecha.

Reveillon

Quanto ao Reveillon, ainda estou tentando me encontrar. No Rio, como todos os cariocas, passava o final de ano na praia, pulando ondas e estourando o champaign enquanto assistia aos fogos de artifício. No nosso primeiro ano, fomos todos animados para o Pier de Santa Monica, munidos de uma cesta de piquenique. Nada. Apenas um frio de rachar e alguns gatos pingados.

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No ano seguinte, fomos ao Grand Park, em Downtown. A prefeitura fecha vários quarteirões em volta do City Hall, aonde são projetados vídeos e uma contagem regressiva. Três palcos são espalhados pelas ruas, assim como inúmeros Food Trucks com tudo quanto é tipo de comida. Muito bacana. Mas o frio era tanto, mas tanto, que passamos a virada dentro do carro estrategicamente estacionado de frente pras projeções.

Esse ano vamos ir pra Long Beach, aonde você pode assistir aos fogos do Queen Mary. Depois eu escrevo pra dizer como foi. Feliz 2016!!!

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