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  • Foto do escritorSonaira D'Ávila

Check-in, Índia!

Atualizado: 11 de out. de 2019


Começou o Outono e com ele, o frio e a falta de sol na Bavaria, na Alemanha.

Ai alguém me disse:- vai com Deus- e eu fui.

Por onde começamos?

"Deus é tudo e ele está em toda parte" -é o que dizem na Índia.

Então lá fui eu ver.

A Índia é um país de extremos, onde tudo é superlativo e uma overdose para todos os nossos sentidos.

A minha cara de cansada não deixa mentir...

Tudo é muito. Todos os dias são intensos, acelerados e perturbadores.

É tanta informação que você vai precisar de um tempo para “cair a ficha”.

Algumas informações são cruciais para se ter um panorama melhor.

Na Índia, existem mais de 330 milhões de Deuses e Deusas, mais de 1 Bilhão e 300 milhões de pessoas num território, aproximadamente duas vezes e meio, menor que o Brasil.

80% da população é do grupo religioso hindu e quase 15% da população é muçulmana.

Cada estado e território da união (são 28 e 7 territórios) tem seus próprios idiomas oficiais e a constituição reconhece outras 21 línguas sendo que o número de dialetos na Índia chega a mais de 1 652. Só pra lembrar que grande parte da Índia moderna, se deve a época do domino do Império Britânico. Logo a maioria das pessoas falam o Hinglês (um inglês com sotaque hindu, BEM difícil de entender).

A Índia é um “universo" a parte…Controverso, diverso e multicultural. Fascinante e difícil de digerir.

É o país com a tradição espiritual mais longa e contínua no mundo. O Sanatana Dharma é a mais antiga religião, os Vedas são as mais antigas escrituras espirituais.

A Civilização do Vale do Indo, uma das primeiras e mais antigas do mundo (tipo 30 mil anos atrás) , compreendia partes do que hoje é o Rajastão.

-Eles devem entender de DEUS, antiguidade é posto-pensei.

Segui a Rota do Sol da Bavaria até Jaipur, "A cidade rosa", maior cidade do estado do Rajastão, na Índia. The Pink City- A cidade foi a capital da realeza e é a primeira cidade planejada da Índia, Em 1876 o seu Marajá mandou pintá-la de cor rosa, para a visita do Príncipe de Gales.

E desde então ela é pintada e repintada de rosa (mais se aparece com um salmão).

Boa parte do Estado é coberta por terras desérticas e esta região é conhecida por ser o reino dos Marajás. Este é um dos destinos mais procurados por turistas do mundo todo que sonham encontrar um sol e calor tão intenso, uma profusão de cores, temperos , cenários espetaculares, construções magníficas.

O Deserto de Thar faz fronteira com o Paquistão e sua aridez faz um contraste com a exuberância dos Palácios, o colorido das roupas e turbantes usados pela população,sorridente e submissa, fazendo frente ao caos, sujeira e pobreza.

As invasões árabes e Mogóis dos séculos VIII ao XI deixaram um legado na arquitetura especial dos imponentes Palácios.

Você vai precisar desintoxicar da Índia depois desta imersão.

Muita informação e você pode sentir alguma irritação e muito cansaço.

A mim, me deixa tonta. Muitos Deuses e pouca compaixão.

Aqui o sistema de castas é uma realidade ancestral, proibida, mas, exercida na prática.

É uma divisão social importante que pauta o comportamento das pessoas nos países e populações de religião Hindu.

Segundo o Wikipédia( https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_de_castas_da_Índia), o sistema de castas, que criou uma hierarquia de sacerdotes, guerreiros e camponeses livres, excluiu os povos indígenas ao rotular suas ocupações como "impuras", surgiu durante a Idade do Ferro( por volta de 1200 a.c). A casta mais baixa é chamada de Dalit, ou intocáveis.

O Rajastão é "a Índia que você vê na TV”, aqui esbarramos com as imagem que temos do país.

Tem de tudo, calor seco, odores fortes (nem sempre agradáveis), mulheres com seus saaris de um colorido intenso, desfilando pelas cidades junto com camelos, cavalos, vacas, elefantes, macacos, búfalos, motos, bicicletas, tuc-tucs, ônibus, taxis, templos por todas as partes, no meio das estradas também, tudo junto, buzinando, fluindo na mão inglesa e contra mão, sem parar e ao mesmo tempo.

Ufa! Perdeu o fôlego? Pois é assim mesmo! E haja estômago...

Literalmente (vai com calma nos condimentos,hem?)

-“Não fale com esta gente”- assim falou o guia em espanhol para o grupo de turistas que estavam no City tour.

O guia, que diz ser Brahma, explicava que estavam passando pelo bairro dos Dalits.

Pela janela, aquele ônibus, expunha o que tem de mais íntimo-A dignidade humana.

Era cedo, as pessoas acordando, se lavando nas poças, escovando os dentes com os dedos, acocoradas no meio do esgoto. Na frente pra rua das suas casas ou o que se pode dizer ser, pequenas portas num ambiente imundo, cercado de lixo. Cinza, muito cinza. Nem tinham tempo ou não se importavam mais de se cobrir ou se proteger daquela exposição, deste zoo humano.

Coração apertado, olhos marejados por traz dos óculos escuros… E o ônibus já tinha alcançado os portões da "cidade rosa”.

-“Não fale com esta gente,”, repetia o guia explicando como todos deveriam se portar, quando chegassem no passeio mais famoso da região.

A subida do Forte Amber de elefante.

A moça brasileira que esta morando à 4 anos ali, complementou dizendo para o grupo de turistas não ser simpático ou dar atenção a quem encontrassem no caminho, pois os vendedores não “vão nos deixar em paz”.

Pontos turísticos famosos e grupos atraem uma multidão.

Um simples sinal de sorriso e um enxame de pessoas insistentes tentando vender de tudo.

São persistentes e só param se forem enxotados, dica do guia.

- "Mas fiquem tranquilos, não existe assalto ou violência aqui, é contra a religião".

Não consegui seguir todos os conselhos...

-É, a Índia dói!

Namastê!

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