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  • Foto do escritorDo Rio pra cá

De volta à casa?

Atualizado: 10 de out. de 2019


Depois que vim pra casa, nunca mais voltei... pra casa. Isso mesmo. Complexo e esquisito assim. Vir ao Rio com um convite de trabalho de apenas 4 dias se converteu numa estadia muito mais longa do que eu previa e muito mais abrangente do que a minha malinha de roupas para 2 semanas poderia suportar. Foi me hospedar na casa onde vivi a minha vida inteira com uma sensação de turista. No quarto onde cresci e que já não tinha mais nada dos meus objetos pessoais. Naquele momento, pelo menos na teoria, minha casa física se encontrava no México. Uma participação de novela que estica sem aviso previo, crenças de não-aceitação do meu trabalho no meu país sendo curadas, um coração pulsando susto e gratidão, dividido entre a alegria de um trabalho de sucesso e a saudade do lar mexicano.

A correria dos dias não permite a racionalização de nada, então fui vivendo dia após dia, estando aqui e pagando aluguel lá. Totalmente entregue a falta de controle do rumo da minha vida. Quatro diárias de trabalho, que se transformam em 3 meses, que emendam num outro convite de trabalho ate Abril de 2018. Mas... hein? Então agora eu moro no Rio? E a minha casa, minhas roupas, meus pertences, minha vida decidida fora daqui? A não possibilidade de sequer ir buscar minhas coisas, liberar o apartamento mexicano que eu entendia como lar me força a aceitar a ideia de que eu posso até mirar a direção do leme, mas que quem dita a trajetória é mesmo o mar.

Não pude me despedir do meu México, meu amor. Dos meus amigos, da minha casa, da minha rotina lá. Me emociona muito saber que meus bens materiais, minhas calcinhas, minha história está sendo empacotada amorosa e cuidadosamente por anjos que eu chamo de amigos como Leandro e Lilian. Posso não saber o quanto de vida cabem em malas, mas sei o quanto de amor e gratidão cabem em mim por essa familia que construí lá.

Dizem que mar calmo nunca fez um bom marinheiro, e eu que de alguma maneira aprendi a velejar com tormentas, sigo em frente dizendo de longe um “hasta luego” para o meu México, apontando para esse desconhecido Triângulo das Bermudas, sem pestanejar.

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