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  • Foto do escritorDo Rio pra cá

Museu Nacional, nossa memória interditada

Atualizado: 5 de out. de 2019


Ainda hoje, quatro dias após o incêndio do Museu Nacional na Quinta da Boa Vista, aqui no Rio de Janeiro, continuo me perguntando porque há tanto descaso com nossas memórias, nossa tradição, nossos bens e heranças culturais, nossos prédios históricos... A culpa foi de quem? Do que adianta, agora, após tudo ter virado um amontoado de cinzas, colocar a placa de “responsável” em alguém? Ouvi dizer que “os bombeiros atrasaram”... Quanta covardia contra um grupo de homens, heróis anônimos, que arrisca a própria vida quando sai em missão... Imagino a tristeza deles em encontrar hidrantes vazios...

© REUTERS / Ricardo Moraes

A responsabilidade é de todos nós. Brasileiros, acomodados, preguiçosos, solitários. Enquanto não nos entendermos como potência, seremos essa massa molenga que os Governos manipulam pra lá e pra cá. Tanto de nossa história se vai todos os dias, tanto... E não só após o incêndio do último domingo no Museu Nacional. O espaço já estava esquecido faz tempo, assim como muitos outros museus e espaços culturais desta cidade. Me identifiquei com os funcionários, tristes, arrasados, vendo que não havia o que fazer. Desta vez, não mais. Antes da tragédia, fizeram vaquinhas públicas, projetos de revitalização, imploraram que os líderes da nação acudissem. Ninguém deu bola. Daí, no dia seguinte, Presidente e Prefeito se manifestam em condolências... No dia seguinte?! Chegaram tarde, moços. No Brasil, sempre se chega tarde demais. E até quando? Quanto mais precisaremos perder de nossa identidade pra nos enxergarmos e nos movermos para evitar que percamos todos os dias?! Nossa passividade risca o fósforo que incendeia nosso futuro. Todos os dias.

© REUTERS / Pilar Olivares

Divido esse texto triste com você, carioca ou não, brasileiro ou não, pra que valorize a história de seu país e cobre atitudes de preservação dos bens culturais de seus governantes. Sem passado nada se constrói ou edifica. Beijo pra você que nos lê.

Ainda sobre o Museu Nacional, a Nara, lá de Londres, escreve emocionada.

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