Ano Novo é hora de fazer um balanço de 2020. Claro que foi um ano bem diferente e especial em vários aspectos. Foi a primeira vez que eu, Soraia D'Ávila, passei pela experiência de ver todo o mundo no mesmo barco, o barco da Covid-19.
E, por que? Seria destino, ira de Deus, guerra pandêmica, manipulação em massa, limpeza planetária? Há muitas justificativas, mas na verdade é difícil saber ao certo. E, para ser sincera, acho que não importa.
Cada vez mais vejo que viver o hoje é mais importante do que planejar o futuro. Logo, eu que sempre gostei de planejar tudo. O futuro é incerto? Sim, então que vivamos o presente.
Numa conversa com minhas irmãs, com as quais tenho conversado bastante nesses últimos tempos, falamos de tudo um pouco. Sonaira, que vive entre o Brasil e a Alemanha, lembrou que nesses últimos anos passei por duas doenças que vão ficar na minha memória.
Devo dizer que sou uma pessoa de sorte e, por que não, guerreira também e conto um pouco dessa minha vida aqui em Estocolmo aqui. Há 6 anos, tive Zika que começou no avião, voltando de uma visita ao Rio e agora passei pela Covid-19 por aqui na Suécia. Duas doenças difíceis que exigem muito do corpo.
COMO A SUÉCIA TRATA AS DOENÇAS
Aqui na Suécia, a forma de tratar uma doença é bem diferente do que no Brasil. Aqui, eles acreditam na autocura, que o corpo deve reagir e combater sozinho sem uso de remédios.
O conselho é sempre o mesmo: ficar em casa, descansar, beber muito líquido e se alimentar bem. Quando passei pela Zika não recebi muita informação dos médicos suecos até porque eles desconheciam a doença. Afinal, é uma doença tropical.
Fui eu que, muitas vezes, tive que literalmente ensinar como tratar um paciente de Zika. Uma vez ouvi de uma médica que deveria tomar aspirina contra as dores musculares. Lógico que a chamei de louca e disse que eu poderia morrer com ácido acetilsalicílico. Ela, coitada, não sabia disso e até me agradeceu. Disse que não tinha aprendido isso na universidade.
SOZINHA E COM COVID-19
Passando agora pela Covid-19, percebi que a preocupação é somente em não contaminar ninguém. Pesquisei nos sites oficiais de saúde como deveria cuidar de mim. Para minha surpresa não encontrei nenhuma informação.
A primeira coisa a fazer é se isolar. E, depois: desinfetar tudo, tossir no braço e informar as pessoas com quem tive contato nas últimas 24 horas para que elas se isolem também. E, é claro, procurar fazer o teste. Além disso, ficar em casa pelo menos 7 dias e 2 dias sem sintomas.
Mas, o que fazer e como tratar a Covid-19 em casa e sozinha? Boa pergunta. Liguei várias vezes para o 1177 vårdguiden que é uma espécie de central de saúde onde podemos falar com uma enfermeira ou médico.
Todos repetiram as mesmas informações da cartilha, mas nada sobre como tratar de mim mesma. Recebi mais informações das pessoas no Brasil que sabem tudo e mais alguma coisa. Ouvi sobre oxímetro, taxa de oxigênio ideal, tomar vitaminas e até vermífugo.
Se há uma forma ideal de se tratar da saúde, não sei. Graças a Deus não tive sintomas muito fortes. Passei por mais esse desafio na minha vida. Isolada sozinha em casa, me curando com água, descanso e muita comida. Depois disso tudo terei mesmo que fazer uma dieta: deixo para 2021!
Aliás, que venha com novas energias positivas, saúde revigorada e prosperidade.
Feliz Ano Novo para todos nós! Gott nytt år! Êxito!
Soraia de Melo D'Ávila- Sou gaúcha de nascimento e carioca de coração. Me mudei de Porto Alegre com a família para o Rio de Janeiro quando tinha apenas 2 meses de idade. Sou "Cariúcha" da zona sul do Rio. Trabalhei muitos anos como atriz e também como jornalista no audiovisual. Vivi em São Paulo e em Fernando de Noronha onde trabalhei na administração da ilha por 2 anos.
Com alma de cigana, eu sempre quis conhecer o mundo. Há 20 anos deixei o Brasil. Segui meu coração e fui viver em Lisboa. Há 8 anos, mudei de rumo novamente e me mudei para Estocolmo, Suécia.
Desde que fui morar na Europa me dedico à área de vendas onde adquiri grande experiência. Aqui na Suécia, tenho aprendido como lidar com uma cultura tão diferente da minha latinidade. Muitas vezes as diferenças são desafiadoras. Depois de ter passado por tantos lugares, quem sabe ainda resta algum outro para viver?
Que venha 2021 para me revelar outras possibilidades!
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