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  • Vanessa Veiga

Um amigo português morando no Brasil, um amigo brasileiro morando em Portugal e eu

Atualizado: 7 de fev. de 2021


Um grande amigo, brasileiro, ator, em busca de espaço de trabalho. Terminou uma novela, e, com o “pé de meia” feito, partiu para terras lusitanas. Ele, filho de pai português, resolveu usufruir de sua cidadania para tentar a sorte além mar. Tive orgulho dele. Tenho.

Dia desses, recebi dele, uma ligação, tarde da noite: “Estou num comboio voltando do Porto!” – Além mar, pode-se falar no celular tarde da noite, mesmo andando de trem. O amigo estava feliz. Dava pra sentir na sua voz. E, por ele estar tão feliz, eu queria ouvir mais daquela voz que me trazia saudade. Ele contou um pouco de tudo, de suas aventuras, da sua luta por trabalho, do que percebia do contraponto de sua vida cá, e lá.

Lá, num lugar público, cheio de gente, ele se assustara por ter deixado a mochila no chão por um longo tempo e encontra-la no mesmo lugar; Lá, ele comia bem, bebia vinho – bom – , e pagava o justo. Lá, ele não tinha medo de andar só, pelas ruas de piso de pedras nacionais (portuguesas!) e ainda cuidado.

O amigo português, é um ator famoso. Veio morar aqui à trabalho. Fez carreira, casou, é feliz. No entanto, disse que, dia desses, se surpreendera saudoso, quando, em Portugal, podia deitar no banco de uma praça à noite e olhar os esquilos e o céu estrelado. Aqui, temia ser assaltado ao andar na Zona Sul. Aprender a dar valor a algo que nunca dera: a liberdade de ir e vir.

Vento que venta lá, não venta cá. Entre as experiências dos dois amigos, eu: Mãe e profissional, dormindo pouco e trabalhando muito pra (sobre)viver no Brasil, “terra que tudo dá”, mas que tem nos tirado tanto... Tirado o sono, a paz, a esperança de quem passará rápido. Não. Não passará... Não passará enquanto nós, brasileiros, nos mantivermos alheios aos maus administradores, ao descaso com a educação e com a saúde do nosso povo.

Lá, a saúde e a educação públicas, atendem à população. Aqui... Ah, meu Brasil. Até quando estarás “deitado eternamente em berço esplêndido”?

Enquanto isso, eu, formiguinha, carrego a folhinha que me cabe. E o grão. Que me cabe. Aos meus amigos queridos, de lá e de cá, o calor do meu abraço.

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