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  • Foto do escritorDani Paiva

O ano dos 40

Atualizado: 12 de out. de 2019


Uma grande amiga no Brasil acaba de inaugurar a leva da minha turma que chega aos 40 em 2018. Ela se autointitula ´a louca do aniversário´.Carol celebrou a data com uma festa-arraso. Ela, aliás, sempre faz festa-arraso.

Abro a porta dos ‘enta’ em novembro. Sinto-me um tanto estranha nesse corpo que em breve receberá o crachá de quarentona.

Não foi ontem que dançava enquanto o sol lambia a nova idade em um after birthday party? Eita tempos em que me orgulhava - e me acabava - com o line-up de DJs e Djéias, brothers e sisters. Família Paiva se juntava em batalhão na cozinha – vó, tios, tia, agregados... Gostamos de mais tempero, mais TUDO.

Mamãe conduzia o planejamento estratégico/administração/execução com organização taurina, generosidade e todo amor que há nessa vida.

Muitas edições couberam à super tia e artista pirar (e ralar) na montagem do cenário, embarcando a galerinha – depois galera e adiante, galerona – em um universo ‘inspiradélico’.

Sabe a tal da experiência? Aconteceu nos meus 30. A festa foi praticamente uma imersão no mundo da Dani, de música, escrita, histórias, afeto, balada, delícias. Missão desempenhada por uma super amiga da família de bom gosto e visão incríveis. Dessas que transforma qualquer jantarzinho em algo UAU.

Também tive comemorações em dobradinha com minha irmã de aniversário e de alma, em um caldo gostoso de turmas misturadas e alegria leve. A nossa cara!

Desde que enveredei por outras trilhas, meu aniversário veio menos ´farra´ e mais um dia de curtir com os poucos por perto.

A última grande festa ocorreu em 2014, ou seja, há 4 anos atrás em Sampa.

Deixei Brasília por São Paulo em 2009. Mantive meus festerês por um par de anos na minha Bras-ilha, mas teve uma hora que não deu. Onde você está – não aonde – é teu lugar. Você precisa realmente ESTAR.

Nesse tempo, Sarita Sagitariana puxou meu pé e fincou. ´Bora comemorar juntas?’ Medinho... – e se não aparecer ninguém? E se ficar vazio?

Sagitarianas gostam de muita gente, um mundaréu de amor explodindo.

Foi massa – era massa naquela época ainda, né?

Euzinha Djeizando em outros tempos na b-party de sampa

E veio 2014, com Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro assando na beira da piscina e da churrasqueira na minha então casa paulistana. Demorou, mas chegou.

Eu sinto muita falta daquele montão de gente. E eu amo um monte de gente.

Pode parecer que estou reclamando. Ou que você me diga que é melhor ter cinco amigos verdadeiros do que uma montanha de gente que passa sem visto de permanência.

Hoje estou mais ou menos em paz com isso.

Quando passei por meses de recuperação por um acidente, um certo amigo preocupado com o tal do tédio e da solidão dos adoentados me trouxe uma seleção de DVDs.

Assisti, talvez, dois. Estive bem assistida pelo que minha mãe batizou de romaria - muitas e muitas visitas.

Sim, senhoras e senhores, tenho sorte. Pra caralho! E sigo nessa ‘sortudice’, ufa!!!

Nesses dois anos de Inglaterra, quase três, vejo e sinto nos poros os laços sinceros de querer bem surgindo, crescendo, fortalecendo.

Aqui, mais do que tudo, a gente – imigrante ou imigrante simpatizante – se ajuda.

Tenho pessoas que se preocupam de verdade. Que procuram. Que querem ouvir, compartilhar, trocar. Que também suam na lida do dia a dia de carregar esse coração voltado para o mundo.

E que, mesmo sem me conhecer há mais do que um bocadinho de anos, já transborda a total certeza do tamanho do amor, da conexão e da gratidão.

Nesses dois aniversários elas fizeram um sentido imenso, gigantesco.

Nem sabem – ou sabem – o tamanho do espaço que ocupam, e o quanto é significativo.

Porque o aqui e agora pulsam o futuro. O meu futuro.

Mas e aí? Qual é a moral?

Aceitar e festejar o menos é mais? Voltar ao Brasil e juntar o mundão de gente para o dia especial e seguir? Aguardar ansiosamente quando finalmente serei capaz de ter um bom bando por aqui capaz de encher uma pista? Será que vai ter o tempo disso?

It is what it is. E a gente vai levando…

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